quinta-feira, 8 de março de 2012
Pátria Livre!! Venceremos!! - De 09/10/2009
Há muito tempo não vivia algo parecido com o que senti na terça, 06 de outubro, quando fui ao assentamento Pátria Livre, na estrada da Barra do Choça, próximo de minha cidade.
Era apenas uma atividade extramuro do CAPS ad, como muitas que realizo por aí nos mais variados espaços de Conquista e região, mas se tratando de um local, onde a vontade legítima de fazer a revolução que o Brasil precisa, nada poderia ser igual e previsível.
Acontece lá um curso de formação de dirigentes do MST, com representantes de quase todos os estados do Nordeste brasileiro. O tema? Alcoolismo, mas antes de começarmos, pude presenciar os companheiros e companheiras realizando uma mística de saudação e homenagem á um companheiro que morreu de morte natural, com um minuto de silêncio. Enquanto todos aqueles 40 ou 50 pares de olhos se fecharam em respeito ao amigo de luta por um minuto, contemplei a beleza da emoção silenciosa contida no respeito, no amor ao próximo, na força que há numa causa e lutas comuns a todos. Pude ouvir a respiração até de alguns e senti meu coração pulando no peito á ponto de ficarem visíveis os seus saltos…
E o silêncio se rompe com palmas, tímidas e compassadas á priori, mas barulhentas e emocionadas até seu cessar… Um som coeso e verdadeiro explodiu nas vozes indignadas de cada um que estava ali, naquela celebração:
PÁTRIA LIVRE! VENCEREMOS!
PÁTRIA LIVRE! VENCEREMOS!
PÁTRIA LIVRE! VENCEREMOS!
PÁTRIA LIVRE! VENCEREMOS!
Por alguns segundos, um filme particular passou em minha mente: meu Pai, lendo para mim na infância, os discursos de Fidel Castro… vi também o brilho dos olhos dele quando falava e vivia os valores da justiça, dignidade e honestidade nos atos e relações.
Aos companheiros de militância da época que atuei diretamente na política estudantil na Paraíba, minha saudade e uma certeza: hoje, quando vou a um lugar como o Assentamento Pátria Livre, e posso através dos meus poucos conhecimentos instrumentalizar, inquietar e fazer pensar sobre os fenômenos humanos e suas escolhas, tenho a certeza que a minha militância mudou de forma, mas continua viva e pulsante dentro de mim.
Obrigada Pai por ter me ensinado o que era indignação.
Obrigada Paraíba por ter me permitido viver esta indignação.
Obrigada companheiros e companheiras do MST por terem renovado o brilho dos meus olhos de militante…
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