Sim, sou um pouco estranha... me enxugo sempre do mesmo
jeito, converso com meu gato, tenho sonhos com coisas que acontecem, reluto em
dormir mesmo morrendo de sono, acordo escutando reggae, durmo com a TV ligada e
programada pra desligar sozinha, gosto de macarrão com feijão - gelados de
preferência, salivo quando vejo uma acelga, penso coisas demais ao mesmo tempo,
ás vezes não consigo pensar em absolutamente nada. De todas essas coisas, uma
das que mais me perturbam, são os sonhos, que depois alguns, viram Déjà vu. Em vários
momentos da minha vida, convivi com eles, e quando meu Pai era vivo, era pra
ele que eu contava. Alguns eu sequer tinha coragem de contar a quem quer que
seja, até porque quando eu lembrava deles, sentia coisas que não desejaria a ninguém.
Fazia um tempo que não acontecia, mas aconteceu ontem e eu pirei. Acabei
tomando atitudes impulsivas das quais me arrependi hoje, em parte... Mas em
outra parte, pensando bem, a minha angústia foi legítima naquele momento, senti
uma fisgada estranha no peito seguida de frio na barriga, como em todos os
outros momentos que os tais sonhos apareciam. Fiquei cega. Rompi limites.
Invadi. Decepcionei. Aproveito o momento pra pedir perdão a quem magoei, a quem
decepcionei, a quem invadi. Meu sentimento foi de legítima aflição diante da
possibilidade de que algo de ruim acontecesse. Me sinto zonza. Não me trate com
silêncio, porque fica tudo ainda mais confuso dentro de mim.
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